Profº Fernando Alves Firmino

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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Respeito a imprensa é o respeito a democracia


      Quando falamos o quão importante é o papel da imprensa, muitos se renegam a pensar que a imprensa esta lá para transmitir um fato e não fazer mais que isto. A imprensa tem um papel aquém disto, tem o papel de fomentar e disseminar a informação, de criar em uma sociedade livre o direito de questionar e pensar, de resgatar fatos, histórias e momentos da humanidade.

     Em uma democracia a imprensa tem função fundamental para fortalecer a sociedade na luta contra a corrupção e no respeito aos diretos adquiridos. É a imprensa que pode ser sim a voz de uma nação tão açoitada por mazelas e chagas que outrora foram deixadas pela ditadura e injustiças sociais.

     Mas a imprensa também erra. Sim é verdade, como em todas as áreas existem bons e maus profissionais e cabe a cada um de nós em nossa capacidade de discernimento, saber ouvir, filtrar e formar nossa visão.

     Claro que apesar da imprensa, toda opinião do povo emana de sua bagagem cultural, histórico de vida e acesso a informação. O século XXI se notabiliza como o século da informação, onde disseminamos e compartilhamos tudo com uma velocidade impressionante. Quem bom não? Infelizmente não, pois com o advento da internet e suas facilidades veio o empobrecimento da cultura e do valor da informação, onde a grande e esmagadora maioria da sociedade não questiona ou busca informação e conhecimento e isto fez surgir com mais força algo que já é enraizado na cultura humana: a FOFOCA, a BOATARIA, agora chamada de FAKE NEWS. Este fenômeno que não é novo, já causou a morte de pessoas, destruição de carreiras e danos a famílias e governos.

    O princípio do jornalismo é o de apurar, checar, verificar para poder publicar. Mas a caça incessante pelo "like", pelo imediatismo faz com que pessoas, "jornalistas" e pessoas com a "máquina" na mão se preocupem com este sucesso momentâneo do que com o princípio do trabalho bem feito.

    Até inventaram agora o "YouTuber". Isto não é profissão, o YouTube é uma ferramenta, se as pessoas agora vão colocar no currículo que é YouTuber é um desrespeito, você pode sim ser um influenciador digital como consequência, mas sua essência sempre será sua profissão, sua cultura, seus valores morais e éticos.

    O jornalismo passa por uma reformulação moral a qual não se vê a muito tempo e temos que ponderar e tomar cuidado. Pois todo fanatismo é maléfico, todos temos bandeiras ideológicas e temos que saber colocar elas em segundo plano pelo menos por alguns momentos para que todos que tem o poder de influenciar ou de disseminar a informação não seja mais uma ferramenta a serviço do ódio, da intolerância e da desinformação.

     O papel do jornalismo, reitero, é fundamental e imprescindível para o fortalecimento da cultura e do processo democrático. Nenhuma mordaça pode ser benéfica ao processo, tão pouco o fanatismo.

     Lutamos mais de três décadas pela liberdade e não podemos deixar que o suor, o sangue e as lágrimas derramadas em prol da democracia sejam destruídas e jogadas fora por caprichos deturpados e fanatismos de uma minoria dominante. Os bons sempre serão maioria e a democracia e o direito e o acesso a informação serão sempre uma premissa irrevogável de uma sociedade justa.





Fernando Alves Firmino

Fundador do ESPORTESNET. Jornalista, profissional de educação física, palestrante, professor e treinador de Futebol/Futsal.

Mtb: 71668/SP








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